Escutei nas sombras das noites nas quais os enfermos choravam, filhos e filhas se
lamentavam:

– o Brado de Xangô;
– o canto da Sereia;
– o trotar dos cavalos da falange de Ogum;
– o cântico de mamãe Oxum.

É a Umbanda que, no mundo espiritual, não detém a marcha da evolução. A morte, envolta nos sofrimentos, chega para cumprir e resgatar consciências. As falanges de Umbanda trabalham arduamente, infatigáveis e dedicadas.

São os recursos que o carinho de Nosso Senhor enviou à pátria do Brasil.
As equipes de Umbanda, caridosas e determinadas, não vêm para evitar a transformação das consciências, a revisão dos ideais, o reviver da convivência em família.

Vêm para acariciar, para apascentar, para acalmar as almas em apego por um modo de vida injusto e sem equilíbrio.

Os caboclos de Umbanda já saem das matas, dos campos, dirigem-se aos sofredores de toda ordem. Cantam seus cânticos feitos de perfume do mato, de cintilar do pirilampo, da canção dos pássaros que enfeitam as manhãs.

Os caboclos de Umbanda, de mãos dadas, vêm enfileirados, sustentando nos braços os que morreram para a matéria e renasceram para o mundo espiritual.

Na Terra, a evolução pela dor se implanta, as mulheres e homens, velhos e moços, crianças se adequam a uma nova face.

A face de uma vida onde não cabe mais injustiça, nem opressão, nem inverdades.
Em espiral, na ascensão da caravana em progresso, os “mortos para a vida física”,
resgatam o vigor e cantam agora juntos: os caboclos de Umbanda e os recém desencarnados.

É o momento épico do novo mundo.

É o alvorecer da nova Era. Enquanto atrás a Terra envolta em névoa se debatia no
empenho de compreensão do que ocorria, no mundo espiritual tudo era alegria. Pois as forças sociais, tecnológicas e culturais se adaptarão a um mundo necessitado de cooperação.

Nunca mais o medo. Os animais correrão livres da morte para alimentação dos humanos.

Uma correspondente e leve fonte de vida e de libertação dos nossos irmãos “menores” fluirá de todas as partes.

As crianças receberão educação e orientação para serem completos cidadãos. A
protegerem a vida em toda a sua extensão.

Viva a Xangô!

Viva a Iansã!

Viva a Preto Velho!

Salve nosso Senhor! A Umbanda desde sempre foi o apoio de Jesus para a consecução da nova Era.

Caboclo das Sete Encruzilhadas, o “Poeta de Umbanda”.