A flor que perfuma os jardins a balouçar-se ao vento e encantar os
enamorados é tão divina quanto as andorinhas em revoada no céu.
Formigas e minhocas adubam a terra sem reconhecimento humano, mas a
anuência divina ali está a lhes confirmar a continuidade da existência.
Nas matas e florestas crescem flora e fauna em pleno desenvolvimento de
suas potencialidades naturais, o que lhes facultará a evolução das espécies
na linha pulsante da vida.
A Natureza é interpenetrada por todos os tipos de vida existentes.
Na formação planetária, nessa linda gênese Crística, a poeira cósmica a se
transformar pelas diferentes aglutinações atômicas, deu origem ao mineral,
ao vegetal, ao animal. Esses, passaram a interagir e a pedra convive com a
planta, que por sua vez serve de sombra para os animais. Estes últimos,
evoluindo, transferem-se ao círculo de humanidade.
No entanto, com pesar e dor, constatamos que nós, os homens, de forma
irrefletida, nos valemos de todos os reinos da natureza a lhes exaurir os
recursos sem os reconstruir.
Essa atuação, em desacordo com as leis divinas, trará graves consequências
ao Planeta e a nós mesmos.
Disse o Senhor que a Vida seria abundante, mas, para isso, deve ser para
todos. Nenhum ser pode ser excluído do direito à vida. Não nos compete
alterar esse ciclo natural.
O grande apóstolo, escolhido por Jesus para espalhar a Boa Nova do Reino,
disse lindamente que as coisas divinas e invisíveis tornavam-se visíveis e
críveis aos nossos olhos por tudo quanto estava criado. Estariam, por acaso,
os animais fora dessa natureza perfeita que é parte do próprio criador?
Andar lado a lado com nossos irmãos animais, em clima de confiança e
respeito, é tarefa que nos cabe desempenhar a fim de caminharmos rumo a
um mundo melhor para nós e para eles. Estariam eles, porventura, desejosos
de perder a sua vida?
Gostaríamos nós que alguém nos viesse usurpar o direito a esse Bem mais
precioso?
É urgente enquadrarmos nossos queridos irmãos em uma esfera de amor e
pela qual devemos lutar.
Construir uma mente sã e modificar velhos hábitos para uma cultura de paz,
não só entre os povos humanos, mas entre todos os seres, este é o nosso
dever.
Refletir sobre a quantidade de tudo quanto consumimos para que não
venhamos também a nos valer dos nossos irmãos vegetais e minerais de
forma arbitrária e inconsequente, alterando ecossistemas e tornando secas
as vidas que não permitimos prosperar.
Irmãos, nem sempre o que é necessário ser dito é acompanhado de doces
palavras, pois que amargas vêm sendo nossas atitudes perante o Universo.
Por vezes, a corrigenda é dura, dolorosa, mas é preciso caminhar.
O tempo da inconsciência ficou para trás e é fundamental que nos
responsabilizemos pela parte que nos compete e tomemos a dianteira rumo a
caminhos novos.
Pedimos a paz, mas a paz que não é para todos não é paz.
Ser a luz do mundo é clarear os caminhos de todos quantos estão
caminhando conosco, humanos ou não e se o sal, além de dar sabor, conserva,
se faz necessário aprendermos a conservar a vida nascente: mineral, vegetal
ou animal. Só assim, seremos luz do mundo e sal da terra.
Companheiros, avante, rumo ao despertar! Rumo ao bem estar de todos os
seres viventes!
Pela paz no mundo, com satisfação e alegria.
Frei Ângelo
GESJ – 04/08/2020